A cidade de Manaus cresce além das expectativas. Definitivamente os limites da cidade na imaginação do mundo transbordam o que seria só o turismo da selva. Sem dúvida os turistas da Copa percebem que é uma cidade grande--grande mesmo--e não o que talvez pensavam: "uma aldéia no meio da Amazônia." Os governos municipal e do estado agendaram um número récorde de eventos culturais durante a Copa, e a segurança e receptividade da cidade têm sido louvadas. Tanto foi assim que, após serem realizados apenas dois dos quatro jogos programados, a cidade de Manaus ganhou o título de "melhor cidade sede da Copa."
O desenho da Arena da Amazônia faz notícia pelos toques de cultura local e de sustentabilidade: a forma de cesto de palha, a função da armazenagem da chuva, o uso da energia solar, o reaproveitamento de materiais do antigo estádio, etc. Contudo fica claro que o preço enorme da construção e o trânsito piorado causaram polêmica, entanto os três operários que morreram por acidentes durante a construção foram lamentados e martirizados.
O que acho também relevante da Arena da Amazônia é a relação que ela tem com outra construção emblemática de Manaus: o Teatro Amazonas. Estes dois prédios, construidos para a promoção de espetáculos e para a recepção de visitantes estrangeiros (e brasileiros), agora servem como ícones da cidade. O primeiro do século XIX e o segundo do século XXI; o primeiro com capacidade de 685 pessoas e o segundo de 42.000; o primeiro com palco e o segundo com grama. O primeiro foi levantado como um monumento ao Velho Continente no coração no Novo Mundo; o segundo foi desenhado para refletir formas e valores autóctones (o cesto de palha, a preservação ambiental). O Teatro Amazonas até funcionou como cortina de fundo para a apresentação do cartaz oficial de Manaus como cidade sede, fazendo desse jeito um elo entre passado e futuro.
Apoio e concordo com os desejos da grande e perseverante população manauara: que a nova Arena sirva para muitos eventos além da Copa--concertos, jogos, espetáculos--ultrapassando o objetivo literal do "para inglês (vs. italiano!) ver" para ser uma jóia sustentável mesmo.
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